domingo, 10 de agosto de 2008

Sarau de poesias


Realizamos neste sábado dia 09 de agosto de 2008 às 19:00 no pátio do Shopping Zipperer, São Bento do Sul, o primeiro Sarau de Poesias da nova diretoria da União São-Bentense de Escritores, juntamente com o Lançamento do livro de poesia e prosa "Além do meu Olhar" de Elisete Tondello, (um dos primeiros projetos aprovados pela nova lei municipal de incentivo à cultura), e o lançamento do jornal poético "Textemunho", com a edição do jornalista Elvis Zoleiko, do jornal Evolução.

O evento teve apoio de várias pessoas e entidades onde podemos destacar: Shopping Zipperer, União São-Bentense de Escritores, Jornal Evolução, Jornal A Gazeta, Fundação Municipal de Cultura, Grupo de Pesquisa Teatral Panacéia, Rainer Mafra, Ivana Lampe, Cristiane Costa e o Café.com Cafeteria, Alles Mídia. Gostaríamos de demonstrar nossa mais sincera gratidão.

Sobre o evento, parecia uma grande festa cheia de convidados e de clientes do shopping que vieram sem saber acontececeria algo assim.

No palco, o grande músico Rainer Mafra e a cantora Ivana Lampe numa maravilhosa versão de Água Viva. O músico também acompanhou as apresentações de poesias e declamações feitas pelos integrandes do grupo Panacéia, dirigido por Robson Rodrigues.

Fizeram performances a partir de textos do livro de Elisete, que ficou bastante surpresa e grata pela maravilhosa homenagem, e também com poesias do homenageado do Sarau o grande poeta gaúcho Mário Quintana, que estaria completando na data 101 anos se estivesse vivo.

O jornal de poesias Textemunho foi outro grande destaque da noite, com o desenho de capa feito por Herberto João John, aluno da Apae de São Bento do Sul, a partir da poesia "fragmento" de Carlos Drummond de Andrade.

O público e os colunistas presentes assistiram à performance "jornaleiro", onde o ator e diretor Robson Rodrigues distribuiu os jornais para a platéia incitando-os a lerem mais poesias.

A escritora Elisete, com familiares e convidados fez uma homenagem ao seu pai e convidou todos a participar do cocktail de lançamento do seu livro, ao som de um blues de Rainer Mafra com a gaita de Clayton de Oliveira.

Primeira foto, colaboradores (a maioria integrantes da USBE) do Textemunho. Por Pamela Machado.
www.chromafotografia.com.br

Segunda foto, performance do grupo Panacéia a partir do conto "Aulas de Matemática", do livro "Além do meu Olhar" de Elisete Tondello. No fundo o varal de poesias de escritores da nossa cidade. Foto minha.

Mais fotos, também no endereço:
http://www.flickr.com/photos/stephaniegertler
Da Stephanie.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Roberta Linzmeier

Suspeito a falar...

Temo a ingenuidade
E a genialidade

Criou-se o medo

- Por que temo o que me consome, se sinônimo de paz é a morte?

Erros e culpas crucificadas
As formas de viver e de apagar
E de pagar

Tudo me cansa
É conflitante viver

Mas a sua parte é estar aqui
As vezes inútil
prospero e normal.


Vivo enterrando sonhos
Morrendo e matanto
Acabando

A vida foge

A esperança

Os corações podres que dominam o mundo,
Esnobes que ganham o dia sorrindo,
Disfarçando a inveja

Tudo me enoja.

Mentes de contrastes
E sem respeito
A ignorância e arrogância predominam
Esquece-se do ser humano

O egoísmo lhe torna sempre correto

Acabou
Tudo que é tão importante
é tão insignificante.

Minha busca já cansou aqui
Se nada importa ou faz diferença

Se quem vence é o mais ignorante
Incapaz de ver sua insignificância.

Enterro minha mente
Insulto o saber
Perdôo minha ignorância
Esqueço

Aceito a burrice com orgulho
Desprezo tudo e com a certeza da humildade
O caminho correto é aquele que todos buscam
E que ninguém sabe
E a vida se torna inútil
Resumida em simples palavras de um texto
Sem poder sentir, ouvir, olhar para trás
Agora somente ler e folhear vidas

Esqueçam tudo
O que importa já passou.
A vida se restou.

De Roberta Linzmeier

Hoje, por mais um hoje!
Por mais um final de hoje.

E o amanhã já esperamos ser hoje!
Por quanto tempo?
Só por hoje

Vida começa e termina
Hoje hoje hoje e nada
E tudo
E Hoje

Se faz hoje pelo amanhã
E se espera do amanhã
O ontem resolvido
E já foi
Ontem também
E o futuro é hoje
E hoje é que será amanhã

Amanhã direi hoje
E hoje será para sempre
Todas as horas serão imaturas
Constantes...
Imprevisíveis...
E incapazes de serem refeitas

Viver e morrer a cada dia.

Padawan

REMMINGTON 66

O único som que se ouvia era o das batidas frenéticas na Remmington em cima da escrivania, velha e comida pelos cupins, na cadeira um homem de meia idade, terminava seu livro. Acho que o nome dele era L., só "ele" mesmo, "ele e um ponto". Num quarto sujo e com cheiro de tabaco, uma cama quebrada com um colchão de molas e lençóis puídos, uma caixa de papelão no canto cheia de chepas, uma mancha de vinho num pedaço de carpe... Uma mosca servia de jantar para uma aranha em sua teia no canto do quarto, que dá acesso a um banheiro sem porta, com um vaso imundo e uma pia encardida, em baixo da cama um rato, na verdade acho que era um camundongo, roia um pedaço de pão seco caído ali há dias, era apenas um quarto... Um quarto podre, de um hotel podre, de uma cidade podre, de um país podre, de um mundo que é uma privada cheia de merda, quando tudo para... O homem levanta-se acende um cigarro, e enche um copo de conhaque e toma de uma só vez, enche o copo novamente e agora toma acompanhando o ritmo do cigarro, passa os olhos sobre as linhas que acabara de datilografar, abre um sorriso evasivo, enrola os papéis e sai com um passo apressado e firme, deixando a porta escancarada, passa pelo quarto do começo do corredor, numa distração suficiente para não perceber que o casal de gays que mora ali estava transando, desse as escadas de dois em dois degraus, passa pelo saguão sem dizer uma única palavra para os que estavam ali, sai do hotel e anda 50 metros para oeste, quando precisa atravessar a rua mas é interrompido no meio do caminho por cinco rapazes alcoolizados em um carro desgovernado em alta velocidade, que fogem da cena deixando aquele homem de idade acabada, com a cara colada no asfalto e os papéis manchados de sangue e a velha Remmington empoeirando sobre a escrivania do quarto.

"QUANDO VOCÊ DEIXA SUA MÁQUINA DE ESCREVER, VOCÊ DEIXA SUA METRALHADORA, E OS RATOS SURGEM AOS BORBOTÕES"


Padawan 01/03/2007

Rafael (Padawan) Portela...


Mas chamem-no só de Padawan. Conheci essa pessoa num bar. Não perguntem como foi se não tiverem estômago forte. Temos muitas afinidades eheheh, mas estamos falando de afinidades na música, arte, literatura... chispa lagarto.
Ele é fã de rock alternativo anos 80, literatura beatnick, poetas malditos, histórias em quadrinhos, cinema de Kubrick, Tim Burton e Tarantino, etc e tal. Isso foi um resumo dos gostos dessa figura lendária do teatro, com um livro saindo do forno e muitas outras histórias para contar:

As grandi invenção da humanidadi



Ora pois seo minino
Tudo começou nu nordeste
Um omi chamadu Severino
Foi um inventô cabra da peste

Numa animada festa
tinha até banda di forró
botou dois chifre na testa
di seu vizinho Cabrobó.

Ficô genti nu lamento
Sacanage não si faiz
Mas esse cabra di São Bento
Passa os omi para traiz.

Com a garapa da cana
vejam só que intelejura
O danado safardana
inventô a rapadura.

I antão num é qui foi?
Fabricô mir kilo de linguiça
moendo sozinho um boi
mais teve expricação prá puliça.

Donte ocê tirô o animar
pois sê não é criadô
Severino inté passou mar
Pra si explicá cu dotô.

Tava imbaixo da goiabeira
quano as penca caiu
já pensava a vida intera
donde os bicho da fruta surgiu!

Pegou na mão um danado
incheu de ar por ditraiz
i num é qui u safado
si alongou pur dimais?

Na hora di grandi ventania
Viu um boi avuando
Aos tropicos e na pontaria
Foi logo o chifrudo laçando.

Com os bicho da goiabeira
e o boi bem moidinho
numa longa trabaieira
fez linguiça com tocinho.

Ni uma otra casião
Nu ferru veio du Leléu
inventô o tar du avião
Que arto avoa nu céu.

Inda quano era minino
na máquina di iscrevê boto motô
Foi o tar du Severino
que bolô o cumputadô.

Das teia das aranha
fabrico toaias di mesa
Uma bilizura tamanha
coisa linda, beleza...

Num faiscar, mais qui derepenti
criô um coisa dos mais belo
o Jeti Esqui que deu di presenti
Pro compadi Collor di Mello.

Quanu morava nas roça
Feiz uma tar di injambração
Da véia e cambaia carroça
Criô o tar do caminhão.

O automóver foi facinho
Té qui num deu trabaião
montou ele num instantinho
I vendeu pros alemão.

Da barrica di feijão essi minino
Caprichô na produção
Fabricô cinco submarino
qui viaja pelos marzão.

Du cocho di lavá ropa
Feis um baita canoão
cum bilichi i motô di popa
Prá mór di pescá nu lagoão.

Severino inventô a puesia
cos carvão qui em lápi transformô
e histórias linda iscrevia
pras muieres qui amô.

Feiz suciedade cos lobisome
i cantou as lenda du Brasir
eita intelejumentu di omi
deste terra linda e varonir.

Assuntando um dia a muié
coçô os óios vermeios
o qué qui a rapariga qué?
I dos vrido criô os espeio.

Eita qui este cabra assuntado
Contentô padre, rapariga i dotô
Tamém alegro os moço coitado
us isforçadu trabaiadô.

Inventô a pórva, e us sino das ingreja
Us guarda-chuva, relógio i a tilivisão
Di quebra criô a cachaça i a cerveja
Veiu du agresti a grandi prudução.

Foi prefeito, diputado i presidenti
I nus livro de corder, seo minino
Falam qui eli ajudou a miseraver genti
Brasilero porreta era esti tar di Severino!


(ISSU É TUDO VREDADE SIM SINHÔ,
PREGUNTEM PRO FALECIDO COMENDADÔ)

Maurélio Machado

Maurélio Machado

Pessoas, vou apresentar um escritor que conheço há pouco tempo. Na verdade o novato em São Bento do Sul sou eu.
Então estou também conhecendo não só o Maurélio como muitos convidados e membros.
Talvez as pessoas já o conheçam.
Mas aqui está a introdução sobre esse escritor que solicitei e fui prontamente atendido:

Maurélio Machado, poeta amador, casado, pai de 2 filhas e 1 filho,
nascido em São Bento do Sul/SC.
Formado em Ciências contábeis pela Univille - Universidade de Joinville/SC, com vários cursos de especialização em finanças,economia e administração.
Atualmente aposentado, estuda o idioma Italiano e participa de vários sites de poesia:
http://br.geocities.com/euosou_euosou/sala_poetas http://coposdecerveja.blogspot.com/
http://lanima.blogspot.com/search?q

Aprecia poesias, literatura geral, música, cinema,
acampamentos,praia,campo e pescarias.
Esporte preferido é o futebol sendo torcedor do Fluminense (Rio) e Figueirense (SC)

Tel:
(47)3633-1353
e-mail:

domingo, 3 de agosto de 2008

Convite para entrar nesse castelo

Este é o blog da União São-Bentense de Escritores, e convido todos os escritores interessados a participarem escrevendo (postando) seus textos e trabalhos, opiniões, recados, e principalmente críticas. Aos autores das críticas, deixem também seu endereço e a hora em que voltam sozinhos para casa eheheheh.
Para os apreciadores, leitores, curiosos e quem caiu aqui sem querer, apreciem nosso trabalho, está aqui para ser divulgado, comentado.
Para os artistas em geral, parabéns por nos acompanharem nessa estrada sem fim, com sinalizações mutantes, que é fazer arte.
Vamos ver o que será o futuro, mal posso esperar para ver.
Um brinde!